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domingo, 4 de agosto de 2013

ZONA AUTÔNOMA DE EXPERIMENTAÇÕES POIÉTICAS: entre-lugares para uma Didática Geral crítica e contemporânea

Poiesis na Formação de Professores:
 Produzindo a Didática Geral como
 Zona Autônoma de Experimentações Poiéticas


         Entre o final do verão e o prenúncio do outono de dois mil e treze iniciei uma jornada pela qual, acredito, tenha esperado há muito: ser professora de Didática Geral em um Curso Normal, trabalhadora docente nas bases da Formação de Professores de nosso país. Este desejo intenso nasceu durante as minhas práticas pedagógicas na Educação Infantil e nos Anos Iniciais em Escolas Públicas. Como educadora infantil e alfabetizadora estive, durante muitos anos, em muitas horas de trabalho docente e com uma carga-horária considerável, buscando constituir minha Docência como espaço de aprendências e ensinâncias de todas as pessoas envolvidas. Busquei, diariamente, constituir a sala de aula num imenso laboratório de vidas, de emoções, de alegrias, de saberes a partilhar, de conhecimentos a construir, de autonomias a serem geradas e fortalecidas. Essa experiência docente responsável e politicamente comprometida com a educação de qualidade para todas as crianças da escola pública e que parte da alegria do meu viver deve-se a ela, consolidou meu desejo de trabalhar em espaços ditos de Formação de Professores. Eis-me aqui e agora: professora de Didática Geral, no Instituto de Educação Flores da Cunha - lugar sagrado na minha história de vida e nas vidas de tantas pessoas que deram, desta instituição, seus primeiros passos rumo as suas profissionalidades. 

         A primeira experiência do primeiro semestre demonstrou que eu precisaria ser bem mais arrojada do que eu havia imaginado. Entre a Docência em várias turmas e as experiências de orientações e acompanhamentos em Práticas de Ensino, entre as muitas reuniões e as minhas inúmeras hibernações de reflexão e estudo, percebi que o tempo cronológico, entre os tantos outros existentes, é o demarcador mais aflitivo dos processos de construção efetiva daquilo que nos propomos a realizar em um espaço como este. 
Está sendo apenas neste segundo semestre, em pleno inverno rigoroso, que estou conseguindo realizar um dos desejos de "final de verão", ou seja, das "águas de março": pensar e inventar um Blog que seja uma ponte mediadora entre as ideias e estudos da Didática Geral e professores e estudantes do Curso Normal.

          Assim, desejo, de todo o coração e com todas as muitas racionalidades sensíveis que me habitam, que este espaço seja constituído por muitos sujeitos, de muitos lugares, de entre-lugares e também de vãos, de abismos, de não-lugares. Que seja muito feito de conversações, de dialógicas, de pontes mediadoras e de ZONAS livres, poiéticas e auto-poiéticas, autônomas e emancipadas, questionadoras e críticas, construtoras e desconstrutoras, de potências, de reflexões políticas, de presenças e ausências, de saberes e de ignorâncias, de incompletudes e de inteirezas, de zonas de sombras e de zonas de luzes - tudo se complementando, interagindo, dialogando, conversando, constituindo cidadanias coletivas e saberes a partilhar. Que possamos celebrar a vida a partir dos nossos próprios viveres e das nossas próprias potências, dos sonhos que nos aproximam, da lucidez acerca da Educação que desejamos construir no mundo e que nos vinculam. Que compreendamos que este espaço é para ser inventado, feito e refeito quantas vezes necessário for, porque deseja-se aprendiz e aprendente sempre. Porque a tentativa é de seja pensado, alinhavado, costurado como uma Zona Autônoma e Livre de Experimentações Poiéticas, portanto livre do sim ou do não, livre da lógica binária que tanto nos amortece, fragmenta e nos separa. Mas que seja iluminado pela multiplicidade e pela pluralidade das ideias, dos sentimentos, dos pensamentos e das ações que nutrimos enquanto sonhamos e trabalhamos para realizar um mundo mais justo, mais digno, mais plural, mais sustentável e mais amoroso. Que Poiesis na Formação de Professores exista na Potência, na Ética e na Autonomia que nós, Seres da Vida, podemos produzir diariamente!




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